domingo, 2 de junho de 2013

Hoje está sol. Um dia lindo que anuncia o verão que há tanto se espera. São dias como os de hoje que nos levam a pensar que a vida tem muito mais sabor quando é vivida. Andei a fingir que vivia durante muito tempo, refugiando-me em vícios do corpo e da mente, não dando espaço a nada nem a ninguém que me fizesse sentir algo que não a dormência a que tanto me tinha habituado. A questão é essa; é o habituarmo-nos à dormência, à apatia. A tristeza é viciante, o desespero e a desmotivação vão-nos consumindo como qualquer outra droga. É sempre tão mais fácil fugir que lutar. Andei em círculos, a correr loucamente para lado nenhum, numa demanda imbecil por algo que me fizesse feliz e a insatisfação permanecia, aumentava gradualmente. De quem queria fugir desesperadamente era de mim mesma. Fugir de tudo o que me fazia mal e sobretudo de tudo o que me fazia bem. Se me isolasse, se não tivesse mais ninguém a quem prestar contas ou pedir auxílio, sentir-me-ia livre. Cria que era o mundo que me fazia mal, o outro (quem quer que ele fosse) apenas me fazia ficar mais louca e todos os laços emocionais que tinha criado, eram subitamente demasiado para mim. Não conseguia, não queria ter de lidar com isso. Ver espelhado nos olhos de quem me quer bem, a desilusão ou tão somente a tristeza de me ver assim, era demasiado para enfrentar. E, qual filme de final de tarde de Domingo, apareceste e deixaste-te ficar. Não escutaste os meus pedidos para te ires embora, para me deixares na angústia maníaca que me devorava a alma. Não, simplesmente deixaste-te ficar. Ao contrário de tudo, de todos e contra todas as expectativas, foste ganhando terreno sem dares conta. Mesmo com todas as tolices que te disse, que te fiz, tu ficaste mesmo assim. Fizeste-me acordar para uma nova realidade; a de que é possível amar. É possível ser-se amado e, se o amor não é para sempre, o impacto que causa é eterno. Já to disse imensas vezes e todas foram sentidas: fazes-me bem. Não quero depositar em ti o peso do meu passado mas és indubitavelmente o melhor que me aconteceu. A tua ternura, a tua paciência e a tua força, fizeram de mim melhor pessoa. Contigo sinto-me melhor pessoa. Devolveste-me o sorriso. Nada poderá retirar isso. Fazes-me sentir especial como ninguém e a confiança que tenho em ti é a melhor dádiva do mundo. O teu amor, o meu amor, o nosso amor. O que temos é duma preciosidade única e, contigo, reaprendi a viver. Um beijo teu, o teu toque, o teu cheiro, as tuas palavras de carinho são o sol dos meus dias. Dás-me calor e vontade de viver, coragem e alento para continuar mesmo quando tudo parece estar perdido. Adoro-te, amo-te. Gosto de ti. És um pequeno tesouro que me foi dado a descobrir. É um privilégio enorme ter-te comigo e o teu coração é uma relíquia que tenciono guardar com o maior dos cuidados. A verdadeira sortuda aqui sou eu. É bom viver a vida, voltar a sentir-me bem na minha pele e reconstruir aos poucos o que outrora era tão certo. A vida é particularmente boa de se viver contigo nela. Dás sabor ao meu pequeno mundo.

1 comentário:

  1. Por vezes não é a pessoa em si. São momentos. E há que esperar pelo momento certo. Como em tudo na vida, há que esperar pelo momento certo para se colher a uva para se fazer o melhor e mais saboroso e aromático vinho.

    Assim é a vida, há momentos... Há certos momentos pelos quais temos de nos deixar levar pelo impulso, pelo coração.

    Há pessoas que formam simbiose, e também aí é necessário esperar para que chegue a hora certa de fusão.

    Aposto que o sentimento é recíproco. ;)
    Aposto que fazes tanto bem quanto recebes.
    São assim as uniões, caso contrário não são correctas.

    Pois tu também és um tesouro, um diamante bruto que à vista de qualquer pessoa comum parece uma pedra como qualquer outra. Mas para os mais atentos, agarram, cuidam. Para ver o seu brilho em força. E assim foi contigo. E é maravilhoso!

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